sexta-feira, 8 de julho de 2016

CULTURA SAFADONA

COMO MEDIR O SUCESSO DE UM EVENTO?

Existem vários parâmetros. A primeira  vista a medida é o público. Quanto tá lotado, as pessoas dizem que bombou. A segunda é se deu lucro. As pessoas dizem entusiasmadas: fulano de tal arrebentou de ganhar dinheiro( para o pessoal da cultura, quando não dá prejuízo já se considera lucro). A terceira é se atendeu aos objetivos  terciários, que seria apresentar um conteúdo  relevante, espetáculos de qualidade e deixar um gostinho de quero mais, projetando um futuro para o evento.

ONDE SE ENQUADRA O FESTIVAL DE INVERNO DE JOÃO MONLEVADE

O Festival de Inverno de Monlevade fez uma inversão de valores. Preocupou-se mais com a parte de conteúdos, com a riqueza da programação, apesar da falta de recursos. Se agiu correto ou não, eu não sei responder. No entanto, de uma coisa eu tenho certeza: o mundo é dos que fazem. A turma pegou no peito e na raça e fez. Se não conseguiu sensibilizar o empresariado de forma a comprar  a ideia,  imagino que houve um aprendizado precioso para as próximas  edições. Eu diria que o Festival de Inverno de Monlevade foi a semeança. Muitas sementes plantadas. A colheita vai depender do cuidado que os agentes artísticos culturais  tiverem com as sementes.

CULTURA X ENTRETENIMENTO

Algumas pessoas me disseram inbox que faltou mais entretenimento, inclusão de gêneros populares como sertanejo e funk. Não  existe uma fórmula de bolo. Só acho que eventos populares de entretenimento já tem demais. Só de cavalgadas e festas do rodeio temos trocentas. Os Festivais de Inverno na maioria das cidades onde sobrevivem tem perspectiva mais cultural e intelectual. O objetivo é  proporcionar  uma programação alternativa, levar as pessoas um menu diferenciado, instigar a curiosidade intelectual

CULTURA SAFADONA

Wesley Safadão levou milhares de pessoas ao Areão. O público de um show apenas foi maior do que em 18 dias do Festival de Inverno. E o que isso quer dizer? Que o Festival de Inverno foi um fracasso? De jeito nenhum. A evasão de público nos eventos culturais não diz respeito apenas ao Festival de Inverno. As pessoas parecem ter essa tendência de seguir as celebridades como quem vai ao encontro de um santo. Esses shows são verdadeiras celebrações e as pessoas parecem encontrar conforto quase espiritual misturando-se as multidões.

O MITO DA FORMAÇÃO DE PÚBLICO

Já vi muita gente falando que o que falta é formação de público. Ai fico pensando comigo: como é isso? Ensinar o público a curtir determinada arte ou estilo? Imagine até que já existam estudos sobre isso. Conseguir atrair as pessoas para os espetáculos de perspectiva artística. Quem sabe se anunciar um festival de nudes no palco? Quem sabe um sorteio de beijos? Agora...formar público...criar hábitos, fomentar a curiosidade intelectual é tarefa hercúlea.

CABE UM SEMINÁRIO?

É claro que sim. Uma ideia até para o 7 faces. Um seminário sobre arte e cultura, discutindo os temas mediante os desafios da internet e do empobrecimento das percepções nos últimos anos. Debater os caminhos da arte.

SEM DINHEIRO FICA DIFÍCIL...PRA NÃO DIZER IMPOSSÍVEL

Por mais que a turma do 7 faces consiga fazer as coisas no sistema colaborativo, sem investimento por parte das empresas, sem apoio, fica difícil. Em minha opinião, o poder público podia investir um pouco mais, abraçar as causas culturais da cidade. Limpar a praça e o palco para o Dia da Música já seria um bom começo. Não foi bonita a cena do palco todo pichado, com os banheiros sujos, tudo abandonado. O adiamento do Grito do Rock não foi legal também, pela expectativa gerada pra tantas bandas. Mas antes juízo do que prejuízo. Tomara que para os próximos anos, as universidades instaladas resolvam abraçar, como acontece em São João Del Rey e Ouro Preto. Itabira e São Gonçalo também. Uma das coisas mais charmosas desses festivais de inverno é a participação das faculdades, do corpo docente e dos alunos. Mas...tudo é aprendizado, O negócio é não desanimar e sim evoluir...

AGRADECIMENTO

Agradeço à Carla Lisboa pela oportunidade de participar de alguma forma do FESTIVAL DE INVERNO. Sei que minha participação foi pequena, quase microscópica. Mas fiquei feliz por que acredito muito no FESTIVAL DE INVERNO DE MONLEVADE e no trabalho abnegado do pessoal do 7 Faces. Merda pra essa turma abnegada...

SEGUNDO SEMESTRE QUENTE EM ALVINÓPOLIS

Neste final de semana vai acontecer em Alvinópolis o primeiro FESTIVAL CULTURAL, um evento quase todo feito em casa, com muitos artistas locais ( ô lugar pra ter artista). Também vai ter um show muito especial com No finalzinho de Julho(29, 30 e 31) vai ter o Festival de Música – Edição Local. Também só com compositores e intérpretes da cidade. Em Agosto vai rolar o 1º Comida de Boteco promovido pela ACIA e no inicio de outubro (07,08 e 09) vai ter o 36º FESTIVAL DA MÚSICA DE ALVINÓPOLIS – Edição Nacional.

E NA PRÓXIMA ENTREVISTA...

Vamos conversar com uma figura importantíssima na música da região, um músico estratosférico, que faz um trabalho bastante original e que difunde conhecimento musical para uma galera imensa. Já sabem de quem se trata?