quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

RETROSPECTIVA 2016

Na edição de retrospectiva, procuramos pinçar uma pergunta interessante de cada entrevistado, compondo um mosaico do cenário atual. Agradecemos a generosidade de todos. Que o mediopira continue produzindo muito aço, muito minério e principalmente arte e cultura. Muito obrigado pela atenção de todos. E continuem com a gente em 2017...
MEDIOPIRA: O que te move a abraçar a arte e cultura com tanta força?
CARLA LISBOA - Amor. Parece simples, mas infelizmente são raríssimas as pessoas que realmente colocam PAIXÃO no que fazem, digo isso não apenas na área cultural. E se tratando de cultura especificamente, que é tão pouco valorizada principalmente em nossa região, se não amar o que faz, você não vai muito longe. A arte pra mim é como um órgão vital, como o coração, aliás, como o pulmão, sem ela eu não conseguiria nem respirar.

MEDIOPIRA -  Você também toca música popular, cantando ou acompanhando outros artistas ou foca apenas no violão clássico?

AULUS RODRIGUES - É quase impossível encontrar um violonista clássico que não toque ao menos um pouco de música popular, especialmente em um país como o Brasil, que tem uma cultura popular tão rica.

MEDIOPIRA - Como as pessoas tem reagido aos shows de vocês?
Souldusamba - O segredo é sermos extremamente interativos, é darmos o tom e deixarmos a galera cantar. Se colocarmos uma musica e o povo não cantar, se não funcionar, tá fora.

MEDIOPIRA - Vocês integram uma banda de rock pesado que foi na contramão das outras bandas do gênero ao compor suas músicas em português. Até que ponto isso prejudica ou beneficia vocês?
BANDA CONCRETO : É muito difícil cantar rock pesado em português sem soar piegas, mas é o que sai da gente. Não direcionamos nada, apenas deixamos fluir sem amarras. Mas cantarmos praticamente só em português acredito que nos torna diferentes.
    MEDIOPIRA - Você já se apresentou em todo tipo de espaços. Conte um pouco dessa história pra gente.

SYLVANNA MARTINS - Já cantei em feiras agropecuárias de grande porte, abrindo shows de sertanejos famosos, também em caminhão ou palanques caindo aos pedaços, churrascarias, clubes ou em barzinhos onde muitas vezes não tem nem palco, mas canto junto das pessoas. É muito gratificante pois, pela proximidade percebo muito mais o carinho das pessoas com o meu trabalho


MEDIOPIRA - Você fez parte daquela geração de cantores como Agnaldo Rayol, Odair José, Antônio Marcos, Fernando Mendes. Você se considera brega? Tem algum problema com o rótulo?

MARCIO GREYCK -Aprendi a não crer nos rótulos e a deixar que o próprio público defina o que é ser brega ou não. Não tenho preconceito algum com esse estigma e parto do principio de que é popular!

MEDIOPIRA - Que conselhos você daria aos artistas de hoje? Popularesco ou arte pela arte?
CHICO FRANCO - Arte pela arte. Popularesco já temos muitos que figuram ai  em duplas, que estão todos os dias nas telas da televisão, que atormentam nossos ouvidos nos carros de som, enfim, precisamos é de novos  Grande Otelo, Paulo Autran, Bibi Ferreira, Tom Jobim e outros tantos para purificarem esses ares que estamos respirando ultimamente.


MEDIOPIRA - Os itabiranos preferem trabalhos cover ou autorais? 
Marçal JR- Aqui não difere do contexto. Acho que a proporção é de 90% de covers contra 10% autoral. Infelizmente.   
MEDIOPIRA- Muitos encaram a arte como hobby, não como profissão. O que você tem a dizer sobre isso? 
Alesandra Alves -Como profissão, como hobby, como terapia, para embelezar, para encantar, para não enlouquecer. Não importa o motivo, causa ou razão. O importante é fazer Arte.

MEDIOPIRA - O Raphael poeta briga muito com o Raphael pessoa?

RAPHAEL GODOY - A gente já brigou mais, mas recentemente temos andado bem um com o outro. Por mais que eu me aproveite de histórias, verdades e sentimentos de outras pessoas, quem lê, acredita que aquele é o sentimento do Raphael e não daquele personagem inventado para escrever aquele soneto..



MEDIOPIRA -Você acha que a internet ajuda ou atrapalha o artista?

IGOR VENAL - Sem a internet sequer teríamos lançado nosso Single. Devemos tudo à mídia virtual.

     
     

MEDIOPIRA - Já vi vocês cantando temas filosóficos, espirituais, políticos. O que o Djambé quer gritar pro mundo?

BANDA DJAMBÉ - Cada um de nós tem um papel fundamental pro mundo ser um lugar melhor, de paz, ou o inverso.  E pra isso precisamos reconhecer quem somos na essência e o que nos foi imposto culturalmente e romper com isso. Você importa! Revolucione-se!

MEDIOPIRA. Ainda pintam aqueles sujeitos que gritam “ Toca Raul” depois de cada música?
MIKE SANTOS - “Toca Raul” continua sendo um mantra na noite, que toco com prazer. São sagrados os pedidos. Geralmente em apresentações menores, sou 100% levado pelo público do dia.


MEDIOPIRA – Você trabalha hoje mais com a música sertaneja, que domina o mercado. O que acha da MPB?

MARY EVENTOS - A MPB  é uma mistura de vários estilos e tem público específico. É sem dúvida uma escola para os demais ritmos.



MEDIOPIRA - Quando foi que você chegou a conclusão de que seria cantora, que seu dom iria virar profissão?
CAMILA CALAIS - Desde o primeiro momento já me sentia como se as musicas que eu interpretava precisassem de mim da mesma forma como que eu necessitava delas.

MEDIOPIRA – O que você projeta para a arte e cultura em tempos de Trumps e outros bichos?

WIR CAETANO -A arte já respondeu com vigor à muitos tempos duros, e acho que continuará a responder como se deve. Sempre é possível surgirem entraves à livre expressão, mas resistência também sempre acontece, com maior ou menor intensidade.

MEDIOPIRA- Percebi no NA LAJE 67 uma coisa que extrapola as preocupações normais da maioria dos bares, de oferecer climas, atmosferas, música diferente. É viagem minha?

NA LAJE - De forma alguma. Nossa maior preocupação é de criar um clima único, e para isso utilizamos da decoração, luzes, música, para despertar sensações diferentes nas pessoas. A ideia é personalizar o ambiente, trocando os móveis de lugar de acordo com as reservas realizadas, alterar a decoração de acordo com a temática da noite. 

MEDIOPIRA -Você certa vez sugeriu a “baianização” da música itabirana, tentando juntar a turma pra criar uma cena poderosa e focada. Deu certo?
CLEBER CAMARGO - Com os baianos e com os ipoemenses, precisamos aprender a arte da união e da generosidade em torno de um ideal que seja coletivo. Há muita semente pra plantar. Há mais frutos pra colher do que a gente possa imaginar.
MEDIOPIRA – Já tive oportunidade de vê-lo em ação. Você é paizão, mas rigoroso. Como é que é isso?

Mestre Junei - Sou apaixonado pela música e gosto muito de ensinar. Sou muito, muito, muito rigoroso porque acredito que sem disciplina não tem aprendizado. Mas sou coração mole, rs.

 
MEDIOPIRA – Há alguns anos  a meninada quando chegava à adolescência queria tocar numa banda de rock ou jogar num time de futebol. O que a galera nova quer hoje?


Lutécia Espeschit- Iphone, rsrsrsrsrs.