quinta-feira, 17 de agosto de 2017

FESTIVAL DA CANÇÃO DE ALVINÓPOLIS - NOVA GERAÇÃO

O MEDIOPIRA dessa semana conversou com os jovens organizadores do 36º Festival da Canção em Alvinópolis, festival que acontece há décadas, graças ao amor e dedicação de várias pessoas. Felizmente tem uma galera nova bastante articulada que está pegando essa batuta e prometendo levá-la até novos patamares. Importante lembrar que as inscrições estão abertas até o dia 24 de junho, com uma premiação bastante atraente (12 mil em prêmios) e com muitos benefícios para os participantes. O local também será um charme: a pracinha da igrejinha da matriz, na rua de cima. Mas vamos à entrevista...

1) O que o Festival da Canção de Alvinópolis representa para a geração de vocês?

Comissão organizadora - Na Comissão tem gente de todas as idades, né. É uma confluência de gerações. O Festival é como um rito sagrado, uma escola iniciática onde os neófitos são conduzidos ao universo das artes e da cultura. Acreditamos que todas gerações absorveram muitas influências do Festival, na maneira de compor, de ouvir e de pensar a cultura e a música.


2)  Uma das grandes virtudes que estou acompanhando no Festival 2017 é que vejo muita gente boa trabalhando. Como está a escalação desse time?

Comissão organizadora - A formação desse grupo se deu de maneira muito espontânea. Acreditamos que a concepção de um grupo de apoio ao Festival já era desejada por todos envolvidos na organização. Em meados de novembro/2016 fizemos uma convocatória e depois compareceram Alessandro, Jéssica, Jucirley, Thales e Thayson para fazer um levantamento inicial de ideias. Assim estava formada a Comissão Organizadora do 36º Festival da Canção de Alvinópolis. Após a aprovação do projeto e concessão do patrocínio Paulo César e Jovelino também se aproximaram do grupo oferecendo apoio. Temos também o suporte de diversas pessoas: o Ronildson que já participou da produção do FESTIVALE e conhece muito sobre o assunto; a Luciene, que possui muita experiência com eventos culturais e com o Festival;o Secretário de Esporte, Lazer e Cultura, Paulo Rossi; os vereadores da câmara que apoiaram por unanimidade a realização do evento; e o prefeito João Galo Índio que tem muito apreço pelo Festival e entende a importância de sua realização para o município. Tem uma lista enorme de pessoas interessadas pelo Festival que também estão colaborando: o Franques na comunicação visual;Mauro Lúcio em gravação de spots; Sidney sempre com seu apoio na locução; o Carlimque está confeccionando os troféus; a equipe da ‘Cores & Nomes’ cuidando da estrutura e muitos outros que direta ou indiretamente estão contribuindo.    

3)  Quem são os parceiros que estão ajudando a viabilizar a edição desse ano?

Comissão organizadora - O 36º Festival da Canção está sendo patrocinado primordialmente pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG, através do edital 2017/01, lançado pela Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais – SEGOV. O Instituto Martelo de Desenvolvimento e Gestão – IMDG, por meio do presidente Natalino, ofereceu apoio institucional para que pudéssemos pleitear esse edital, por isso é formalmente o realizador do evento. Além disso, contamos com o apoio institucional da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo – SECTUR, bem como com o apoio da Prefeitura e Câmara Municipal de Alvinópolis. Os comerciantes locais, as rádios e meios de comunicação regionaistambém estão dando todo apoio. Não podemos nos esquecer dos músicos, pedra angular deste evento, que estão enviando suas canções.


4) Quais são as principais inovações no Festival 2017?

Comissão organizadora – Como você bem notou naquela entrevista concedida à nós, nesta 36ª edição somos uma equipe multidisciplinar e mais numerosa que nos últimos anos. Esta não é necessariamente uma novidade, porém em contraste com os anos anteriores, talvez represente um diferencial.Desta forma, cada um pode contribuir com o Festival de acordo com as suas competências, assim podemos dar uma atenção mais especializada para determinadas minúcias. Acreditamos que uma grande conquista desta Comissão foi a elaboração de um Projeto Cultural, que permitiu que o Festival recebesse a atenção do Governo do Estado de Minas Gerais. Além disso, estamos trabalhando muito na comunicação: reestruturando o site, a identidade visual, investindo em mídia digital, e fomentando o diálogo e o trabalho intersetorial. Estamos tecendo um diálogo muito saudável com as instituições públicas, conseguindo agregar pessoas importantes para a realização desse projeto, as quais estão acolhendo com muito carinho nossa causa. Acreditamos que todo esse empenho resultará na satisfação dos músicos e espectadores. Uma inovação que estamos viabilizando ainda é a transparência pública. Ao final do Festival faremos um relatório contendo informações acerca do processo de organização e realização, além de informações financeiras das receitas e despesas do evento. Acreditamos que a transparência não é apenas a comprovação da utilização dos recursos financeiros recebidos, mas também da nossa responsabilidade social.

5) O Festival acontecerá na Rua de Cima, região em que a cidade nasceu. De quem foi a ideia de fazer o Festival na parte histórica da cidade?

Comissão organizadora - Esta ideia surgiu de variadas fontes... Ela estava pairando no ar a mais tempo e nos parece ser um sonho antigo. Estava na pauta fazer lá, porém a princípio nós desistimos, por causa das dificuldades estruturais que enfrentaríamos. Cogitamos então fazer no Parque de Exposições, no entanto, as sugestões para fazer no Centro Histórico não paravam de aparecer. Uma das coisas que inspirou a mudança de endereço foi uma Festa Junina realizada no mesmo local, queficou muito elegante. Depois disso, em conversa com o prefeito e o pessoal da SECTUR os mesmos incentivaram a mudança e se dispuseram a dar todo apoio necessário. Pensamos que levar o Festival para lá valoriza o conjunto arquitetônico da Matriz do Rosário, nosso cartão postal.Além disso, acreditamos que é bastante simbólico situar um dos eventos mais tradicionais do município neste espaço que tanto representa nossas raízes culturais. Confiamos que será um lindo Festival, ainda mais porque teremos noite de lua cheia, rs. 

6)  O pessoal reclama há anos sobre a questão dos horários. Já percebi que vocês diminuíram o número de músicas e isso já é um avanço nesse sentido. Mas existe alguma outra ideia, de começar mais cedo por exemplo?

Comissão organizadora - Pelo que pudemos diagnosticar, grande parte dos atrasos tem origem em problemas técnicos, sobretudo do som. Outro aspecto problemático é o não cumprimento, ou não planejamento do cronograma. Tivemos o cuidado de tomar nota dessas questões tendo em vista saná-las. Então, este ano contratamos um equipamento de som que atende melhor as necessidades do evento, planejamos o cronograma e esperamos cumpri-lo com pontualidade inglesa, rs.

7)  Todos estão elogiando muito a programação visual do Festival 2017. Haverá algum tratamento especial para o palco? Já pensaram nisso?

Comissão organizadora - Esta nova identidade visual foi desenvolvida por nós, em parceria com o Franques Rodrigues, que trabalha na assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal e que entende muito de desenho e comunicação visual. Estamos procurando fazer bonito em termos de estrutura e iluminação do palco. Quanto à decoração, já surgiram algumas ideias e pessoas que nos procuraram voluntariando-se para viabilizá-la. Além do mais, a beleza do cenário já é uma decoração e harmoniza muito bem com o Festival, rs.

8) Haverá shows depois ou antes das programações?

Comissão organizadora - Antes e depois, certamente. Estamos viabilizando apresentações com músicos e grupos locais, além de uma atração especial. Em breve divulgaremos a programação oficial do evento em nosso site e redes sociais. Vamos trazer mais detalhes sobre as apresentações, assim o público ficará por dentro do que vai acontecer.

9) Até o ano passado do lado, alguns integrantes da organização estavam do lado dos que compõem e participam com músicas. E agora passam para o lado da produção e oferecem vitrine para outros artistas. Como é isso?

Comissão organizadora - Para os compositores está sendo muito difícil... O músico prefere mesmo o calor do palco, mas produzir também é uma experiência muito entusiasmante e de muito aprendizado. Estamos habituados a subir no palco, com tudo pronto, mas nos bastidores o clima é diferente. Contudo, temos descoberto que mesmo trabalhando na produção é possível saborear as conquistas e as emoções que sentimos subindo no palco. A energia e a inspiração que outrora investíamos na música, estão agora sendo usadas para girar as engrenagens do Festival. Isto é muito natural.

10) Como vocês enxergam o futuro do Festival?

Comissão organizadora - Estamos tentando aperfeiçoar o Festival desde suas bases, procurando aprimorar diversos aspectos: da pré-produção, acessibilidade, comunicação, programação, curadoria, avaliação das músicas e premiação, etc. Todo processo tem sido documentado para que possamos acompanhar e avaliar a evolução desse projeto a longo prazo. Como ponto de partida a Comissão Organizadora se empenhou em organizar o 36º Festival da Canção de Alvinópolis, por meio de um trabalho conjunto com entidades locais. Contudo, ainda estamos alinhados com a nossa principal ideia: a longo prazo, institucionalizaro Festival e trabalhar em um novo formato mais participativo, democrático, que com o tempo possa interagir com outras políticas públicas,tais como educação, cultura, assistência social e lazer. Esperamos rever o modelo do Festival,buscando aproximá-lo da realidade dos músicos o dos festivais mais modernos. Pretendemos também transformar o Festival em um evento mais plural, que agregue outros campos das artes, e que não tenha como central somente o aspecto competitivo. Assim sendo, o futuro do Festival poderá promover espaços formativos, como oficinas, workshops, aulas, etc, tendo em vista envolver maiores parcelas da sociedade.

OBS - Quebrando o protocolo, dessa vez a entrevista não foi respondida por um entrevistado apenas, mas pela turma que se reuniu para responder conjuntamente. A organização não tem uma estrutura piramidal, onde alguém atua como diretor ou responde por todos. A turma prefere uma estrutura de rede, onde todos tem autoridade e relevância.  E eu que não sou bobo, atento pra aprender com eles...