sexta-feira, 20 de outubro de 2017

TALENTOSO E ECLÉTICO EDUARDO MOREIRA

O MEDIOPIRA de hoje conversou com um artista eclético, que se entrega de corpo e alma em todas as produções de que participa: o polivalente EDUARDO MOREIRA. O moço tocou comigo na banda República dos Anjos. Ele encarnava tanto o espírito rock and roll que o palco tremia.  Na ocasião o baterista Simões o apelidou de Eduardo Pulguinha, de tanto que saltitava. Mas o seu segredo mesmo é o entusiasmo, a entrega  aos projetos. Não é atoa que vem participando de inúmeras formações, do sertanejo popular ao instrumental. Hoje integra o consagrado projeto ORQUESTRA OPUS HARMONIA, que além do repertório clássico, faz parcerias com artistas consagrados em apresentações memoráveis. Mas vamos à entrevista...

MEDIOPIRA -  O que você ouvia na infância?

Eduardo Moreira - Não existia internet. Então ouvíamos menos quantidade de informação. Basicante vinis de música infantil. Meu pai ouvia chorinho e música instrumental, que na época eram comuns, principalmente músicas natalinas tocadas com harpa, Phil Collins, Michael Jackson, estas coisas.

MEDIOPIRA - Como foi que você percebeu que tinha talento pra música?

Eduardo Moreira - Estou na música por insistência. Não tinha um ouvido treinado mas gostava de tocar com os amigos. Isto foi a partir dos 14 anos quando fiz uma Oficina de musicalização com Tó Vilela. Foi aí que despontei a estudar com o que tinha na época. Ia de bike do bairro Santa Bárbara até Bela Vista de Minas para ter aula com Valdivino e também estudei um pouco de Tuba (Souzafone) para aprimorar em leitura musical na banda de música que na época tinha uma sede próximo a linha de trem em frente a antiga Belgo Mineira.

3) - Você já começou direto como baixista ou sua iniciação musical teve outras vias?

Eduardo Moreira - Fui direto para o contrabaixo devido a dois fatores: ninguém queria tocar contrabaixo. Era época de ouro da guitarra e meu ídolo era o baixista do Iron Maiden, o Steve Harris.

MEDIOPIRA - Você tocou em diversas bandas de rock. Conte um pouco dessa história pra gente...

Eduardo Moreira - Sou roqueiro.  Toquei somente Rock por 8 anos e ainda considero um bom rock um estilo honesto e atual.

MEDIOPIRA - O que pensa sobre o rock atual? Vê renovação ou o rock envelheceu e perdeu o tesão?

Eduardo Moreira - A sociedade atual está muito ligada aos novos meios de conexão digital e passa a impressão que o que está em evidência é o que se destaca mas, fora das mídias existem excelentes compositores, bandas, músicos, escritores, poetas, artistas plásticos, em que a arte em geral e não somente o rock, é viva, bonita, instigante e emotiva.

MEDIOPIRA - Você tem um trabalho interessante também com uma banda instrumental. Como vê o mercado para o estilo?

Eduardo Moreira - Péssimo! Os grandes compositores e instrumentistas que possuem trabalhos no estilo, na maior parte das vezes possuem trabalhos paralelos para seu sustento e para manter vivo o trabalho instrumental. Mas as novas plataformas digitais permitem alcançar públicos muito além dos amigos do bairro. Em BH mesmo tem o grupo Constantina que já excursionou até para fora do país graças a este alcance. Temos o compositor e pianista Gilberto Mauro (da família do cineasta Humberto Mauro), Rafael Martini, todos ja excursionaram por terras estrangeiras.

MEDIOPIRA - Você também toca baixo acústico. Como foi a sua aproximação com a música clássica?
Orquestra com Maria Gadu

Eduardo Moreira - Sempre ouvi música erudita também, e como estava morando em BH, ingressei no CEFAR (Palácio das Artes) onde estudei por 4 anos. Após estudei 3 semestres na UEMG mas não me formei, após estas experiências resolvi incluir o baixo acústico nos trabalhos instrumentais e de Jazz de que participo.
MEDIOPIRA - Você hoje integra um projeto interessantíssimo que junta orquestra e artistas populares. Fale pra gente sobre o projeto.
Com Flávio Venturini

Eduardo Moreira - Sou músico convidado da Orquestra de Câmara Ópus que se especializou também em acompanhar artistas da musica popular brasileira. Entre os nomes que ja acompanhamos estão a Fafá de Belém, Milton Nascimento, Daniela Mercury, Flávio Venturini, Ana Carolina, Nando Reis, Guilherme Arantes, Sandra de Sá, Tunai e Cláudio Venturini. Sou muito feliz por participar deste projeto.

MEDIOPIRA - Hoje em dia, o CD praticamente deixou de ser uma fonte de renda para os compositores e os suportes estão mudando a cada dia. Pra você, quais são os caminhos para a música?

Eduardo Moreira Tocar ao vivo. As plataformas digitais devem dar retorno interessante para grandes artistas.  Para nós o principal é tocar.

MEDIOPIRA - Músico ainda vive a síndrome da formiga e da cigarra? Pra você, ainda existe preconceito quanto ao ofício do músico?

Eduardo MoreiraCaso exista preconceito para alguns, paciência! O importante é a realização pessoal de cada um. Um músico deve ter a postura de qualquer outro profissional. Chegar no horário para os compromissos, cumprir com os acordos comerciais, respeitar os ambiente de trabalho. 
Com Daniela Mercury

MEDIOPIRA - Você tem um emprego paralelo que ajuda a manter as coisas no lugar. Mas lhe pergunto: Dá pra viver de música e sustentar uma família no Brasil?

Eduardo Moreira Claro.Com muita flexibilidade e criatividade. Eu tenho um grupo para tocar em cerimônias de casamento, "Grupo Celebrar"; toco como free lancer para artistas de todos os gêneros: Rock, Sertanejo, MPB, estas coisas todas e ainda, um bom instrumentista pode reservar um tempo para dar aulas.

MEDIOPIRA - O que vc aconselharia a alguém que tá montando um trabalho musical, bandas, artistas, compositores, intérpretes pra ter sucesso na carreira?
Com Sandra de Sá

Eduardo MoreiraPensar como um empreendimento, ter horários, metas, setor de vendas, captação de recursos e principalmente divulgação digital.

MEDIOPIRA - Deixe uma mensagem e contatos para shows e interação com o público...


Eduardo Moreira Trabalhem por amor, com seriedade e respeito que portas se abrirão. Meu contato telefônico é 31-99809-7970. Muito obrigado pela oportunidade e sucesso a todos...