sexta-feira, 2 de março de 2018

ENTREVISTA COM A PRODUTORA CULTURAL SAMIRA LIMA

Para que possamos entender o ambiente artístico em que estamos inseridos o MEDIOPIRA vai entrevistar alguns produtores de eventos de diversas cidades para que os amigos músicos possam ter a visão do outro lado, de quem contrata e produz. E pra começar vamos falar com a produtora carioca SAMIRA LIMA. Quer dizer, carioca no momento, pois essa moça é nômade. Já residiu e produziu bastante em João Monlevade. Hoje ela desenvolve um projeto muito interessante no rio e está levando esse projeto pra outras cidades. Mas vamos à entrevista 
MEDIOPIRA - SAMIRA LIMA, como é que foi essa transição, de João Monlevade para o Rio de Janeiro? O choque cultural deve ter sido muito profundo...
SAMIRA - Já estou a 9 anos aqui no Rio, o que senti realmente foi a dimensão,sai de uma cidade pequena para uma grande metrópole, mas os problemas e dificuldades são iguais.
MEDIOPIRA: - Quais foram as suas principais dificuldades pra sedimentar seu trabalho no Rio?
SAMIRA - A concorrência, são muitos produtores, e muitos artistas que  produzem e muito bem.
MEDIOPIRA: Como está o cenário musical do Rio de Janeiro hoje? Tem muitos espaços pro pessoal tocar? O pessoal tá conseguindo sobreviver e ganhar algum dinheiro?
SAMIRA - Vamos lá, a grande verdade não vejo mudanças. Como estou numa grande cidade, os problemas acabam sendo maiores e a concorrência também. O RJ recebe artistas de todo Brasil e de fora e insisto na concorrência,muitas vezes desleal. Quando digo desleal, falo nos espaços para tocar. Onde existe a concorrência existe também um pouco de desvalorização por parte dos contratantes, ai entra também a questão do sobreviver. O Rio é um caldeirão de artistas a procura de uma oportunidade e enquanto não chega, muitos se submetem a cachês baixos para poder sobreviver,e quando digo baixo, é baixo mesmo!!!
MEDIOPIRA: O que os contratantes esperam dos artistas hoje em dia? Quais as exigências deles na hora de contratar shows?
SAMIRA - Estamos falando do artista independente, que vai tocar num barzinho. Nesse caso eles exigem um vasto repertório com músicas que estão na moda, no mínimo 3 a 4 horas de cantoria e tem locais que oferecem o cachê de R$ 150,00, o que pra mim é surreal, mas tem artistas que precisam desse valor e se submetem. É a lei da sobrevivência. No caso de shows autorais ou artistas em início de carreira, não existe contratantes. Existe produzir um show, locar o local ou trabalhar com couvert artístico e alguns casos não chega a ser 100% pro artista.
MEDIOPIRA: Você no momento está desenvolvendo um projeto muito interessante no Rio. Fale-nos um pouco sobre esse projeto.
Adorei essa logo. O FAI é itinerante. Começou no rio...mas pode
ser feito em qualquer lugar. 
SAMIRA -No meio da crise econômica e minha sede por projetos culturais hoje faço a produção da FAI: Feira de Artes Integradas que tem como objetivo aproximar a arte e cultura da população, em meio a um ambiente descontraído e divertido. Um espaço aberto a literatura, artes cênicas e visuais, fotografias, música, artesanato, produtos orgânicos e toda forma de cultura.que une empreendedores e artistas
MEDIOPIRA: O artista mineiro tem boa aceitação no rio ou a música mineira tá meio fora de moda?
SAMIRA -  Ah! Música é música, se tocou na alma está na moda!
MEDIOPIRA: O que tem de mais diferente da sua experiência do Rio para a sua fase de João Monlevade? É mais fácil conseguir patrocínios no Rio?
SAMIRA - Muito mais difícil conseguir apoio em cidades grandes.
MEDIOPIRA: No Rio tem espaço para todos os tipos de música ou tá tudo dominado pelo sertanejo e funk como aqui em Minas?
S
O FAI em Sampa. Quem sabe breve em algum
 lugar perto de você?
AMIRA - O sertanejo e funk dominaram o Brasil, é a música da moda, é a música da balada, mas sempre tem espaço para a boa música em qualquer local.
MEDIOPIRA: O que você acha dos artistas mineiros, principalmente do Médio Piracicaba?
SAMIRA - Tem ótimos artistas. Tenho muita saudade do Médio Piracicaba, ando conversando muito com Carla Lisboa (produtora e ativista cultural, já produzimos muito juntas, é minha amiga), para tocarmos algo na região, principalmente em João Monlevade, para comemorarmos 10 anos do nosso primeiro projeto na cidade.
MEDIOPIRA: Vc está empresariando novos artistas no momento? Fale-nos desses trabalhos.
SAMIRA - Bom, que fique claro, não sou empresária, sou produtora cultural e artística. Passei um ano sem produzir artistas. Mas vem novidade ai a partir de abril. Vou lançar uma turnê de uma grande artista e também produzir dois novos. Fiquem atentos!!!!
MEDIOPIRA: Você teria disposição para conhecer novos trabalhos dos artistas da região e encaminhar esses trabalhos para o mercado carioca?
SAMIRA - Sempre, mas fica uma dica: que cada artista faça seu nome na sua cidade, na sua região, invista numa boa produção, trabalhe sua identidade visual, não se iluda com grandes nomes que aparecem e só oferecendo serviços,enfim...
MEDIOPIRA: Deixe os seus contatos, site e midias sociais para que o pessoal possa interagir com vc, encaminhar material, contratar shows, etc...
SAMIRA: Samira Lima 21 990109758 (whatsapp) samiralima.fai@gmail.com @fai.arte @faiprodutora